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Novo estudo revela que os 50 maiores bancos e empresas de investimento do mundo fomentam o desmatamento por meio de políticas ineficazes e investimentos maciços

Grandes empresas de investimentos como BlackRock, Vanguard, State Street, PNB, EPF, GPIF e KWAP têm as pontuações mais baixas

Os 50 maiores bancos e empresas de investimento do mundo estão fomentando o desmatamento por meio de políticas ineficazes e grandes volumes de investimentos em commodities associadas à destruição da floresta tropical, aponta uma nova pesquisa da Forests & Finance, uma coalizão de grupos de pesquisa e organizações da sociedade civil dos Estados Unidos, Indonésia, Holanda, Brasil e Malásia. As instituições financeiras receberam uma pontuação de acordo com seu desempenho, e todos os grandes bancos internacionais como Bank of America, Sumitomo Mitsui Banking Corporation (SMBC), Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) e grandes empresas de investimento como BlackRock, Vanguard e State Street obtiveram pontuações baixas.

O banco de dados da Forests & Finance, que passou por uma reformulação recente, demonstra que as políticas das mais de 50 instituições financeiras – que em abril de 2021 respondiam por US$ 128 bilhões em crédito e subscrição de commodities associadas ao desmatamento de 2016 a 2020 e US$ 28 bilhões em investimentos – são, em seu conjunto, insatisfatórias, com uma pontuação média de 2,4 de um máximo de 10. Isso indica que a maior parte do financiamento alocado às diferentes commodities que fomentam o desmatamento (carne bovina, óleo de palma, papel e celulose, borracha, soja e madeira) não está sujeita sequer a avaliações internas mínimas nas áreas social, ambiental ou de governança, muito menos a verificações reais de padrões do cliente. 

“Proteger as florestas tropicais do mundo, literalmente, nunca foi tão importante para a vida na Terra”, alertou Merel van der Mark, coordenadora da coalizão Forests & Finance. “E, no entanto, essas instituições financeiras estão simplesmente dando um cheque em branco para as empresas que fomentam a destruição das florestas e violações aos direitos humanos. Em vez de dar a essas empresas carta branca para destruírem as florestas, as instituições financeiras devem ser capazes de identificar, avaliar e gerenciar esses riscos em seus portfólios”.

“A BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, desembolsa uma quantidade enorme de capital para as empresas que causam o desmatamento e desprezam os direitos indígenas, um total que pode chegar a US$ 2 bilhões. Isso representa um aumento de 157% em relação a abril do ano passado, em um momento em que o risco à vida dos defensores da Terra cresce e o desmatamento continua a disparar. A BlackRock precisa tomar medidas decisivas para parar de financiar a devastação florestal, os danos à biodiversidade e as violações aos direitos indígenas, particularmente em biomas sensíveis como a Amazônia”, avalia Moira Birss, Diretora de Clima e Finanças da Amazon Watch.

“Todas as cinco maiores investidoras em empresas associadas ao desmatamento no sudeste asiático tiveram uma pontuação muito baixa em nossa avaliação”, afirma Meenakshi Raman, presidenta da Sahabat Alam Malaysia. “Precisamos que os investidores assumam a responsabilidade por seus investimentos e financiem um futuro próspero para o sudeste asiático, e não a sua destruição”.

“Os bancos indonésios, embora ainda alcancem uma pontuação muito baixa, mostraram certa melhora desde 2018 em nossa avaliação”, disse Edisutrisno, Diretor Executivo da TuK Indonésia. “Esse progresso representa o caminho certo para os bancos da Indonésia, e deve melhorar daqui em diante”. 

“Embora ainda tenha uma baixa pontuação em sua política, o BNDES, o maior investidor em commodities de risco florestal na América do Sul, reduziu sua exposição a esse tipo de investimento em empresas que atuam na América do Sul no último ano. Por outro lado, as outras cinco maiores investidoras – BlackRock, Fidelity Investments, Vanguard e GPIF – aumentaram sua exposição. Todas essas empresas tiveram uma pontuação baixíssima. Ainda há recursos expressivos sendo direcionados para o desmatamento da Amazônia, com pouco empenho das instituições financeiras em interromper esses investimentos”, atenta Marcel Gomes, Diretor Executivo da Repórter Brasil.

Estudos indicam que a destruição de ecossistemas florestais está relacionada ao aparecimento de novas doenças zoonóticas como o coronavírus, o que significa que deter o desmatamento pode ser fundamental para prevenir futuras pandemias. Mesmo assim, somente em 2020, 12,2 milhões de hectares de floresta tropical foram perdidos. A análise constatou que as instituições financeiras aumentaram seus investimentos em desmatamento nesse mesmo período. Em comparação com 2020, o montante total dos investimentos em empresas de commodities de risco florestal aumentou de US$ 37,2 bilhões em abril de 2020 para US$ 45,3 bilhões em abril de 2021.

Foram analisadas as políticas publicamente disponíveis de cerca de 50 dos maiores bancos e investidoras do mundo em relação a 35 critérios Ambientais, Sociais e de Governança (ESG, na sigla em inglês), combinadas a dados calculados por meio das informações de finanças e investimentos disponíveis no banco de dados da Forests & Finance (abrangendo o período de janeiro de 2016 a abril de 2020 para dados de crédito, e abril de 2021 para dados de investimentos). Cada banco ou empresa de investimentos recebeu uma classificação em relação a suas políticas e seu financiamento de commodities de risco florestal para se calcular a pontuação geral da respectiva instituição financeira.

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