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OS DADOS DO MAPBIOMAS MOSTRAM A NECESSIDADE REGULAR O SISTEMA FINANCEIRO PARA PROTEÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO BRASIL.

Novos dados do MapBiomas[1] apresentados (21/08) mostram que a perda histórica de áreas naturais no Brasil até 1985 totalizava 20% do território. Nos 39 anos seguintes (1985-2023), essa destruição avançou para outros 13% do território (110 milhões de hectares), totalizando em 2023 a marca de 33%.

Os dados são impressionantes pois mostram que 33% do território brasileiro antropizado desde a chegada da colonização europeia até 2023.

Áreas naturais incluem vegetação nativa, superfície de água e áreas naturais não vegetadas, como praias e dunas. Metade desse total (55 milhões de hectares) ocorreu no bioma amazônico, onde há presença de povos e comunidades tradicionais que dependem dessa floresta para sua reprodução física, cultural e social.

Essa devastação foi patrocinada pelo sistema financeiro público e privado que até hoje possuem regulação insuficiente para proteger a floresta, sua biodiversidade e povos autóctones.

A Florestas & Finanças[2] que avalia os financiamentos recebidos por mais de 300 empresas diretamente envolvidas nas cadeias de atividade de risco as florestas tropicais no Brasil e no mundo, mostram como esses valores impactam florestas tropicais naturais e as comunidades tradicionais, principalmente seus territórios, um exemplo é a entrada do fogo utilizado pelos grandes criadores de gado para limpeza que pasto que avança sobre as florestas protegidas como Unidades de Conservação, Terras Indígenas, Territórios Quilombolas e Assentamentos Ambientalmente Diferenciados na Amazônia.

Com esses dados do MapBiomas acendem o sinal vermelho da necessidade da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Central do Brasil criarem resoluções robustas para impedir o aumento da destruição das florestas tropicais e garantir a proteção da biodiversidade.

O Governo Brasileiro necessita urgentemente pactuar com a sociedade o estabelecimento de regras que impeçam o financiamento de atividades de risco à floresta e ampliando os subsídios para atividades com base na floresta viva e restauração florestal, agroecologia, sistemas agroflorestais e o manejo florestal de uso múltiplo como base de uma economia sustentável verdadeiramente.


[1] https://brasil.mapbiomas.org/en/2024/08/21/em-2023-a-perda-de-areas-naturais-no-brasil-atinge-a-marca-historica-de-33-do-territorio/[2] https://forestsandfinance.org/pt/